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Movimento da Reforma aos 504 anos

 

Dia 31 de Outubro de 1517 tornou-se a data de aniversário da Reforma Protestante, por ser o dia em que o monge agostiniano Martinho Lutero publicou seu manifesto com as 95 teses contra práticas não bíblicas da Igreja. Inobstante ser lembrado primordialmente como movimento religioso, vale destacar que a Reforma foi um marco histórico, ponto de partida para incontáveis mudanças e transformações que permanecem em curso nas mais variadas áreas da vida.

A Reforma está intrinsicamente ligada ao resgate dos fundamentos basilares da fé cristã por ter provocado a ruptura do círculo vicioso da religiosidade superficial e a redescoberta do essencial na vida cristã que é o relacionamento com o Deus Único, pessoal – e fonte originária de graça, razão e sentido. Se olhada apenas como fato histórico a Reforma deixa de produzir avivamento; e, sem avivamento cairemos na vala comum da aridez litúrgica ou do emocionalismo imediatista.   

É urgente que tenhamos a experiência de reforma da Reforma.

É altamente constrangedor ver o registro diário de um declínio no nível espiritual e ético da igreja. O noticiário revela a despreocupação com a moralidade e o desprezo com o temor ao Deus Único, que deveria ser o comportamento superlativo da vida cristã. O cristianismo deixou de ser modo de vida para representar obediência a preceitos, em contraste com a ênfase na graça encontrada nos escritos do Novo Testamento. Eis aí a urgência de reforma da Reforma. Popularizada em meados do Século 19, mas, de autoria desconhecida, confirma-se a atualidade da expressão:

Ecclesia reformata et semper reformanda est (A igreja reformada está sempre se reformando) e Ecclesia reformata sed semper reformanda (A igreja é reformada, mas está sempre se reformando ou carecendo de reforma).

 

É imperioso que, constantemente, empreendamos uma jornada de retorno aos fundamentos bíblicos característicos da igreja cristã. Não é admissível que o protestantismo, cuja gênese foi a de um movimento contestador e revolucionário, acabe – por ação ou omissão – tornando-se rígido, engessado e excessivamente conservador. E, quando falamos em reforma nos referimos às três questões indissociáveis que são: a questão teológica, a questão ética e a questão litúrgica.

A teologia aponta para as verdades divinas que norteiam a fé e o modo de vida cristão. Teologia equivocada é prejuízo certo na ética e no culto. Se a teologia priorizar a vontade humana colocará Deus na periferia, o que fatalmente será desastroso e terá como consequência a crise de valores que tantos cristãos enfrentam hoje.

A teologia saudável é equilibrada na interpretação das Escrituras, levando em consideração “todo o conselho de Deus”(Atos 20.27) ; não é individualista, mas acolhe, com humildade o legado de fundamentos bíblicos que os pais da igreja nos deixaram, milhares deles, com o sacrifício da própria vida.

1.    Sola Fide           = Somente a Fé;

2.    Sola Scriptura    = Somente a Escritura;

3.    Solus Christus   = Somente Cristo;  

4.    Sola gratia         = Somente a Graça;

5.       Soli Deo Gloria = Somente a Deus Glória.

Até breve!

Jesus tira a máscara dos “ideológicos”

 


Minha oração é pelas famílias, para que o Espírito Santo que é amor, respeito e liberdade, tenha cada dia maior influência em cada família.

No livro dos Atos dos Apóstolos vemos que na fase inaugural da Igreja houve um tempo de paz, conforme registrado em Atos 9.31). A Igreja crescia em paz. Logo inicia uma segunda fase, com a perseguição e o martírio de Estêvão (capítulos 6 e 7). A morte de Estêvão provocou uma reação extraordinária de efeito reverso. Paulo de Tarso, perseguidor, foi convertido ao Caminho (primeira denominação do cristianismo – Atos 9.2) e, imediatamente vira alvo dos perseguidores. Surge, então, um terceiro tempo: é o tempo da perturbação. Toda a ação de Deus no mundo é processual, onde cada ato é consecutivo. Tempos de paz, tempos de perseguição, e, agora, tempos de perturbação.

Atos 15, 22-31. «Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós - os apóstolos escrevem aos cristãos que vieram do paganismo - ouvimos que alguns de nós, a quem não tínhamos dado incumbência alguma, viemos para vos perturbar - para vos perturbar - com discursos que transtornaram as vossas almas» (v. 24).

O que tinha acontecido? Os novos cristãos vieram direto do paganismo, acreditaram em Jesus Cristo, receberam o batismo e estavam felizes: receberam o Espírito Santo. Do paganismo para o cristianismo, sem qualquer burocracia. Os religiosos de plantão chamados “judaizantes” não admitiam tamanha praticidade. Se alguém era pagão, primeiro tinha que se tornar judeu exemplar para, só então carimbar o passaporte para entrar no Reino de Deus. Lá estava o balcão de negócios da religião.

Porém, os novatos em Cristo não se deixaram intimidar, rejeitando o rótulo de cristãos de segunda classe. Mas, entre eles formou-se um grupo de desconfiados e inseguros. Estavam perturbados e havia muitas discussões entre eles. Liderando essa anarquia, alguns pseudo-apóstolos usando argumentos pastorais, teológicos e alguns até morais, questionando a liberdade do Espírito Santo, até a gratuidade da graça de Cristo.

Até hoje encontram-se esses espertalhões, fazendo-se mestres e doutores da Lei, a respeito dos quais Jesus dizia com todas as letras:

 «Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois percorreis mares e terras para fazer um só prosélito; e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior do que vós mesmos» Mateus 23.15.

Jesus arranca a máscara dos “ideológicos”, tipo de gente que reduzia a vida de relacionamento idealizada por Deus, cinicamente, a uma ideologia: “Faça isso, aquilo e tudo mais exclusivamente como estou lhe dizendo. Se fizer diferente... você está fora”. Uma religião tipo bula de remédio. Viver o evangelho, a boa notícia nunca foi castigo, prescrição. Viver o evangelho implica a liberdade do Espírito. E as pessoas que experimentam seguir a boa notícia passam a conhecer o verdadeiro sabor da alegria. Por isso, quem descobre que para ir a Deus basta aceitar Jesus como guia, rechaça os formuladores de regras rígidas que nem eles mesmos praticam. Esses falsos doutores “manipulam” a consciência dos fiéis.

2ªCoríntios 3.16-17: ... quando alguém se converte ao Senhor, a revelação é exposta. Porque o Senhor é Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”.

Não somos pedras, somos gente. Por isso, onde houver rigidez, o Espírito de Deus fica de fora, porque o Espírito de Deus é liberdade. E essa liberdade me faz percorrer o caminho da redenção, onde me deparo com a justificação pela fé, uma operação simples e gratuita, onde faço as pazes com Deus e sou admitido como filho na plenitude dos direitos e prerrogativas. Não se paga, não se compra: porque são dons!

Peço a Deus sabedoria para discernir entre os dons gratuitos que ele colocou à minha disposição e os falsos produtos da rigidez dos ideólogos evangélicos. Prefiro a liberdade de ser guiado pelo Espírito do que viver perturbado pela rigidez da heresia daqueles que colocam a vida de fé sob as prescrições que fabricam robôs evangélicos, mas, jamais produzirão um cidadão do céu!

A VERDADE LIBERTA. A MENTIRA APRISIONA

 "E, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".                 Evangelho de João 8.32.


O dever cristão na crise climática e a COP26

  Os eventos climáticos estão cada vez mais extremos e mais                         frequentes. Elias Vieira

 

COP é a sigla que identifica a Conferência das Partes – que reúne, todos os anos, quase duzentos países para análise e discussão das mudanças climáticas e estudar medidas para reduzir o impacto da atividade humana no clima. Esse tratado, sob a cobertura da ONU, entrou em vigor em março de 1994 e realizará este ano sua 26ª Conferência, origem da sigla COP26.

Segundo seus organizadores, entre os principais objetivos da COP-26 está a readequação das metas de cada país, através de ações mais ambiciosas visando manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C comparado aos níveis pré-industriais (1850-1900) e, de preferência, limitá-lo em 1,5°C4. Para isso, os governos precisam alcançar neutralidade nas emissões de dióxido de carbono até 2050 e de todos os gases de efeito estufa (GEE) até 2070.

Jornadas de Oração

O movimento cristão Renovar Nosso Mundo vem realizando encontros semanais de oração pela COP 26, ocasião em que líderes de 196 países se reunirão em Glasgow, na Escócia, entre os dias 1º e 12 de novembro para uma grande conferência do clima. Os encontros de oração pela COP 26 acontecem sempre às quintas-feiras até 28 de outubro, das 20h até às 20h30 (horário de Brasília) pelo Zoom. A participação é aberta a todos.

Líderes cristãos globais também estão unindo forças para alertar o mundo sobre a urgência da reflexão a respeito da crise climática. Em uma declaração conjunta sem precedentes, o Papa Francisco, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu (Igreja Ortodoxa), e o arcebispo da Cantuária, Justin Welby (líder da Comunhão Anglicana Global), pedem a todos que orem pelos representantes das nações na Cop26 e que, cada pessoa, tenha uma atitude proativa assumindo “sacrifícios significativos pelo bem do planeta, trabalhando juntos e assumindo a responsabilidade de como usamos nossos recursos ”.

Fé Cristã e Ação Climática  

A crise climática tem sido pauta relevante tanto na agenda pública quanto em campanhas da Tearfund, agência cristã internacional humanitária e de desenvolvimento com mais de 50 anos de experiência. Tearfund trabalha em mais de 50 países, em parceria com comunidades, igrejas e organizações locais a fim de enfrentar os complexos desafios da pobreza e a injustiça. No Brasil, a agência trabalha há mais de 30 anos juntamente com organizações cristãs e igrejas locais, e, mais recentemente, redes e movimentos.

Essa campanha climática organizada por Tearfund, que acontece a nível global e nacional em parceria com Renovar Nosso Mundo e Nós na Criação, está fundada no amor pelo mundo que Deus fez. A Bíblia nos diz que Deus é um Deus criativo que fez um belo mundo no qual se deleita. As Escrituras afirmam que a criação foi feita por Jesus, por meio de Jesus e para Jesus (Colossenses 1:16) e Deus a declarou 'muito boa' (Gênesis 1:31).

A crise climática virou ameaça concreta ao equilíbrio natural do planeta. Estiagens mais severas e prolongadas, tempestades e inundações mais frequentes estão impactando diretamente a agricultura apontando para a insegurança alimentar. E as populações economicamente mais frágeis são presas fáceis já sob cerco dos extremos eventos climáticos. É lamentável registrar que milhões de pessoas em todo o mundo que saíram da pobreza em décadas recentes, estejam voltando à miséria.

A visão bíblica desse apocalipse verde

John Stott  tem uma visão chocante da atual crise climática: “A maior ameaça para a raça humana pode ser não o tempo de guerra, mas o perigo do tempo de paz, ou seja, a espoliação dos recursos naturais da terra pela tolice e pela ganância humanas”.  Nossa primavera começou dia 22 de setembro às 16h21 (horário de Brasília). Na Astronomia, fenômenos como o Equinócio da Primavera nos lembram que Deus continua sustentando o mundo que Ele criou, apesar da nossa sistemática teimosia, individual e coletiva, de destruição ambiental num permanente sacrilégio contra o Criador.

Plantando ganância esperamos colher o quê? 

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