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O dever cristão na crise climática e a COP26

  Os eventos climáticos estão cada vez mais extremos e mais                         frequentes. Elias Vieira

 

COP é a sigla que identifica a Conferência das Partes – que reúne, todos os anos, quase duzentos países para análise e discussão das mudanças climáticas e estudar medidas para reduzir o impacto da atividade humana no clima. Esse tratado, sob a cobertura da ONU, entrou em vigor em março de 1994 e realizará este ano sua 26ª Conferência, origem da sigla COP26.

Segundo seus organizadores, entre os principais objetivos da COP-26 está a readequação das metas de cada país, através de ações mais ambiciosas visando manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C comparado aos níveis pré-industriais (1850-1900) e, de preferência, limitá-lo em 1,5°C4. Para isso, os governos precisam alcançar neutralidade nas emissões de dióxido de carbono até 2050 e de todos os gases de efeito estufa (GEE) até 2070.

Jornadas de Oração

O movimento cristão Renovar Nosso Mundo vem realizando encontros semanais de oração pela COP 26, ocasião em que líderes de 196 países se reunirão em Glasgow, na Escócia, entre os dias 1º e 12 de novembro para uma grande conferência do clima. Os encontros de oração pela COP 26 acontecem sempre às quintas-feiras até 28 de outubro, das 20h até às 20h30 (horário de Brasília) pelo Zoom. A participação é aberta a todos.

Líderes cristãos globais também estão unindo forças para alertar o mundo sobre a urgência da reflexão a respeito da crise climática. Em uma declaração conjunta sem precedentes, o Papa Francisco, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu (Igreja Ortodoxa), e o arcebispo da Cantuária, Justin Welby (líder da Comunhão Anglicana Global), pedem a todos que orem pelos representantes das nações na Cop26 e que, cada pessoa, tenha uma atitude proativa assumindo “sacrifícios significativos pelo bem do planeta, trabalhando juntos e assumindo a responsabilidade de como usamos nossos recursos ”.

Fé Cristã e Ação Climática  

A crise climática tem sido pauta relevante tanto na agenda pública quanto em campanhas da Tearfund, agência cristã internacional humanitária e de desenvolvimento com mais de 50 anos de experiência. Tearfund trabalha em mais de 50 países, em parceria com comunidades, igrejas e organizações locais a fim de enfrentar os complexos desafios da pobreza e a injustiça. No Brasil, a agência trabalha há mais de 30 anos juntamente com organizações cristãs e igrejas locais, e, mais recentemente, redes e movimentos.

Essa campanha climática organizada por Tearfund, que acontece a nível global e nacional em parceria com Renovar Nosso Mundo e Nós na Criação, está fundada no amor pelo mundo que Deus fez. A Bíblia nos diz que Deus é um Deus criativo que fez um belo mundo no qual se deleita. As Escrituras afirmam que a criação foi feita por Jesus, por meio de Jesus e para Jesus (Colossenses 1:16) e Deus a declarou 'muito boa' (Gênesis 1:31).

A crise climática virou ameaça concreta ao equilíbrio natural do planeta. Estiagens mais severas e prolongadas, tempestades e inundações mais frequentes estão impactando diretamente a agricultura apontando para a insegurança alimentar. E as populações economicamente mais frágeis são presas fáceis já sob cerco dos extremos eventos climáticos. É lamentável registrar que milhões de pessoas em todo o mundo que saíram da pobreza em décadas recentes, estejam voltando à miséria.

A visão bíblica desse apocalipse verde

John Stott  tem uma visão chocante da atual crise climática: “A maior ameaça para a raça humana pode ser não o tempo de guerra, mas o perigo do tempo de paz, ou seja, a espoliação dos recursos naturais da terra pela tolice e pela ganância humanas”.  Nossa primavera começou dia 22 de setembro às 16h21 (horário de Brasília). Na Astronomia, fenômenos como o Equinócio da Primavera nos lembram que Deus continua sustentando o mundo que Ele criou, apesar da nossa sistemática teimosia, individual e coletiva, de destruição ambiental num permanente sacrilégio contra o Criador.

Plantando ganância esperamos colher o quê?