Minha oração é pelas famílias, para que o Espírito Santo que é amor, respeito e
liberdade, tenha cada dia maior influência em cada família.
No livro dos Atos dos Apóstolos vemos que na fase inaugural da Igreja houve
um tempo de paz, conforme registrado em Atos 9.31). A Igreja crescia em paz.
Logo inicia uma segunda fase, com a perseguição e o martírio de Estêvão
(capítulos 6 e 7). A morte de Estêvão provocou uma reação extraordinária de
efeito reverso. Paulo de Tarso, perseguidor, foi convertido ao Caminho (primeira denominação do cristianismo – Atos
9.2) e, imediatamente vira alvo dos perseguidores. Surge, então, um
terceiro tempo: é o tempo da perturbação.
Toda a ação de Deus no mundo é processual, onde cada ato é consecutivo. Tempos
de paz, tempos de perseguição, e, agora, tempos de perturbação.
Atos 15, 22-31. «Porquanto ouvimos
que alguns que saíram dentre nós - os apóstolos escrevem aos cristãos que
vieram do paganismo - ouvimos que alguns de nós, a quem não tínhamos dado
incumbência alguma, viemos para vos perturbar - para vos perturbar - com discursos que transtornaram as
vossas almas» (v. 24).
O que tinha acontecido? Os novos cristãos vieram direto do paganismo, acreditaram
em Jesus Cristo, receberam o batismo e estavam felizes: receberam o Espírito
Santo. Do paganismo para o cristianismo, sem qualquer burocracia. Os religiosos
de plantão chamados “judaizantes” não admitiam tamanha praticidade. Se alguém
era pagão, primeiro tinha que se tornar judeu exemplar para, só então carimbar
o passaporte para entrar no Reino de Deus. Lá estava o balcão de negócios da
religião.
Porém, os novatos em Cristo não se deixaram intimidar, rejeitando o rótulo
de cristãos de segunda classe. Mas, entre eles formou-se um grupo de
desconfiados e inseguros. Estavam perturbados e havia muitas discussões entre
eles. Liderando essa anarquia, alguns pseudo-apóstolos
usando argumentos pastorais, teológicos e alguns até morais, questionando a
liberdade do Espírito Santo, até a gratuidade da graça de Cristo.
Até hoje encontram-se esses espertalhões, fazendo-se mestres e doutores
da Lei, a respeito dos quais Jesus dizia com todas as letras:
«Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois percorreis mares e
terras para fazer um só prosélito; e, quando o conseguis, fazeis dele um filho
do inferno duas vezes pior do que vós mesmos» Mateus 23.15.
Jesus arranca a máscara dos “ideológicos”, tipo de gente que reduzia a
vida de relacionamento idealizada por Deus, cinicamente, a uma ideologia: “Faça
isso, aquilo e tudo mais exclusivamente como estou lhe dizendo. Se fizer
diferente... você está fora”. Uma religião tipo bula de remédio. Viver o
evangelho, a boa notícia nunca foi castigo, prescrição. Viver o evangelho
implica a liberdade do Espírito. E as pessoas que experimentam seguir a boa
notícia passam a conhecer o verdadeiro sabor da alegria. Por isso, quem
descobre que para ir a Deus basta aceitar Jesus como guia, rechaça os formuladores
de regras rígidas que nem eles mesmos praticam. Esses falsos doutores “manipulam”
a consciência dos fiéis.
2ªCoríntios 3.16-17: ... quando alguém se converte ao Senhor, a
revelação é exposta. Porque o Senhor é Espírito e, onde está o Espírito do
Senhor, ali há liberdade”.
Não somos pedras, somos gente. Por isso, onde houver rigidez, o Espírito
de Deus fica de fora, porque o Espírito de Deus é liberdade. E essa liberdade me faz percorrer o
caminho da redenção, onde me deparo com a justificação pela fé, uma operação
simples e gratuita, onde faço as pazes com Deus e sou admitido como filho na
plenitude dos direitos e prerrogativas. Não se paga, não se compra: porque são
dons!
Peço a Deus sabedoria para discernir entre os dons gratuitos que ele colocou à minha disposição e os
falsos produtos da rigidez dos ideólogos evangélicos. Prefiro a
liberdade de ser guiado pelo Espírito do que viver perturbado pela rigidez da heresia daqueles que colocam a vida de fé sob as
prescrições que fabricam robôs evangélicos, mas, jamais produzirão um cidadão
do céu!