1. O que é Avivamento?
Avivamento é o ato de se avivar, ou
seja, a tomada de uma decisão por mais vida, de se tornar mais ativo, mais
intenso, despertando para a necessidade
de uma conversão de rumo, abandonando o estilo acomodado e sem motivação,
para voltar ao entusiasmo do primeiro
amor. Avivamento pode ser comparado como a reinauguração de um local sob nova
direção. Prédio (corpo) restaurado, nova iluminação, novas cores, nova mobília,
novas pessoas.
O avivamento espiritual consiste
no reforço da fé em Deus pelo cristão, que pode resultar numa bênção concedida a
quem crê fervorosamente na ação do Espírito Santo, capaz despertar uma intensa
felicidade e paz interior.
Portanto, Avivamento é um ato que vem depois da conversão.
Espiritualmente falando, Avivamento é conversão,
é deixar de seguir em frente por conta própria, para fazer o retorno aos
princípios que marcaram a dinâmica da Igreja primitiva. Como bem explicado
em veja Atos dos Apóstolos 2:42:
“e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no
partir do pão, e nas orações”.
Voltar, ter a humildade de retornar à Bíblia
como a nossa única regra de fé e prática.
Ao longo dos séculos, a história do povo de
Deus sempre foi marcada por tempos de Avivamento, individuais e coletivos.
2. Um dos Avivamentos mais marcantes aconteceu com Ezequias, rei
de Judá.
O povo estava desviado, mergulhado na
idolatria e na imoralidade, completamente brigado com Deus. Um altar em cada
esquina, corrupção e violência pra todo lado. Vergonha nacional.
Ezequias redescobriu o livro da Lei – a
Bíblia da época havia sido perdida, desapareceu. Mas, o rei agiu como exemplo e
os sacerdotes que também estavam desviados, gelados, entregues ao pecado,
voltaram para dentro da palavra.
O rei, avivado, ordenou a purificação do
templo, exigiu que todos os altares malignos fossem detonados, e o exemplo do
rei avivado despertou temor e arrependimento o povo. Sabe o que mais aconteceu?
O avivamento pessoal do rei serviu de exemplo aos sacerdotes que, por sua vez,
trouxeram o país, a nação de Judá inteira, de volta à Palavra e de volta à
presença do Senhor.
O que levou o povo a esse Avivamento? O
passo-a-passo está em 2°Crônicas ao longo do capítulo 29. Resumindo:
- houve uma disposição geral para observância
da palavra do Senhor, seu estudo e sua aplicação foram os principais
responsáveis pela volta da alegria espiritual.
“e Ezequias e todo o povo se alegraram por causa daquilo que
Deus tinha preparado para o povo” (2Crônicas.29:36).
Com sua licença, eu lhe pergunto:
Você sabe onde está a sua Bíblia? Quanto
tempo você reserva para buscar a presença de Deus todos os dias? Vou ser
taxativo nessa afirmação:
Enquanto a palavra de Deus não for achada, lida e obedecida, não
poderá haver Avivamento na minha vida e nem na casa do Senhor.
3. Outro Avivamento memorável aconteceu na época de Esdras e
Neemias (Esdras capítulo 7).
Isso ocorreu mais ou menos setenta anos depois da construção do
segundo templo.
O povo somente se dispôs a seguir ao Senhor
depois que Esdras e Neemias, em cumprimento à própria lei, reuniu o povo, desde
os bebês até os idosos para ouvirem a leitura da Palavra (Neemias 8).
Foram seis horas em pé ouvindo a palavra de
Deus com uma absoluta reverência (ne.8:5). Assim narra Neemias:
“e Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que
fizeram para aquele fim [...]E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o
povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs
em pé. E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: amém!
Amém!?, levantando as mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor com
os rostos em terra (Neemias 8:4-6).
O Avivamento veio porque todo o povo de Deus
se dispôs a ouvir, estudar a palavra de Deus. Os versículos 7 e 8 do capítulo 8
destacam isto.
Não existe a menor chance de Avivamento sem
o retorno à palavra de Deus, em primeiro lugar. Depois, o arrependimento e a
confissão de pecados, muita oração e o resultado da ação restauradora pelo
mover do Espírito Santo.
Neste momento, o povo de Deus, a igreja, é
crucial voltarmos às raízes do conhecimento e da autoridade da palavra de Deus.
O povo está em decadência moral e espiritual. Temos grandes edifícios, muitas
celebridades, cobertas de ouro e vazias de unção.
Jesus se preocupa com o seu povo. Ele quer
ver sua Igreja avivada. Ele quer sua Igreja fervorosa, unida a ele, de forma
consciente e decidida.
Jesus conhece profundamente a sua Igreja.
Existem pastores que não visitam e nem
conhecem as ovelhas. Com Jesus é diferente, porque Ele anda no meio da sua Igreja
verificando a situação espiritual de cada um. Ele conhece cada um de nós.
Jesus viu a situação das Igrejas da Ásia.
Por isso, incumbiu o apóstolo João a enviar as cartas àquelas sete Igrejas: uma
mensagem de alerta sobre o estado espiritual delas.
Esta missão foi dada numa época de grande
perseguição aos cristãos. Estava no governo de Roma o déspota, o tirano
imperador Domiciano, conhecido como segundo Nero, tamanha era sua crueldade perseguindo
a Igreja.
Foi este imperador que deportou o apóstolo João,
então pastor da Igreja de Éfeso, capital da Ásia menor, para a ilha do mar Egeu,
a ilha de Patmos. Muito idoso, João era o único apóstolo ainda vivo. Os outros
haviam sido mortos pelos governantes. Claro que Domiciano queria calar o
apóstolo João.
Mas quando todas as portas se fecharam para João
aqui na terra, Deus abriu o céu. E Jesus diz: sobe para cá e te mostrarei não as coisas
que talvez aconteça, não as coisas que podem acontecer, mas eu te mostrarei as
coisas que vão acontecer (Apocalipse1:19). Aquele dia era um dia de domingo,
era o dia do Senhor. E João volta a ver Jesus.
Porém, com algumas diferenças fantásticas,
porque:
-o Cristo que João vê, não é mais o Cristo
angustiado, espancado, suando sangue.
-o Cristo que João vê não é o Cristo
humilhado pelo senado judaico, inocente condenado por Pilatos, lacaio de Roma.
-o Cristo que João vê não é o Cristo que
caminha carregando uma cruz pesada, debaixo das vaias, de uma multidão
ensandecida e tresloucada.
-o Cristo que João vê, não é o Cristo
suspenso entre o céu e a terra pregado numa cruz.
Sabe qual foi o Cristo que João viu?
João viu o Cristo da glória, o Cristo
vencedor, o Cristo onipotente, onipresente e onisciente.
Diz o texto sagrado que:
- os seus cabelos não
estavam mais cheios de sangue e poeira, mas, eram brancos como a neve.
- seus olhos não estavam mais empapuçados de
sangue, mas reluzentes como chamas de fogo.
- o seu rosto não estava mais desfigurado,
mas brilhava como sol no seu pleno fulgor.
- sua voz não estava mais embargada pela
sede, era como a voz de muitas águas.
- suas mãos não estavam mais esmagadas pelos
cravos, mas livres e poderosas para sustentar a sua Igreja.
- seus pés não estavam mais presos à madeira
da cruz, mas, brilhando como bronze polido.
Quando João vê o Cristo da glória, com suas
vestes reais, ele cai aos seus pés desmaiado. E o Cristo da glória pôs a mão
sobre ele e disse:
“não temas, João! Eu sou o primeiro e o último e o que vive;
estive morto, mas estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da
morte e do inferno” (Apocalipse1:17,18).
Nós não adoramos o Cristo que esteve vivo e
está morto. Nós adoramos o Cristo que esteve morto e está vivo pelos séculos
dos séculos.
Ele está entre nós, em movimento e ação.
Ele anda no nosso meio, fazendo diagnóstico
de cada Igreja: elogiando umas e censurando outras.
E quando Jesus caminha entre os castiçais,
ele vistoria e supervisiona cada pessoa e cada igreja, sabe com que propósito?
- para sondar a Igreja; - para corrigir a Igreja;
- para exortar a Igreja; - para encorajar a Igreja;
- para proteger a Igreja.
E ele não somente anda entre nós, mas
observa e conhece cada um de nós.
Para todas as Igrejas, Jesus usou a mesma
expressão: eu sei as tuas obras.
- aquilo que o seu pai não sabe, Jesus sabe.
- aquilo que sua mãe não sabe, Jesus sabe.
- aquilo que seu marido não sabe, Jesus
sabe.
- aquilo que a sua esposa não sabe, Jesus
sabe.
- aquilo que o seu pastor não sabe, Jesus
sabe.
Ninguém pode esconder nada daquele, cujos
olhos são como chamas de fogo. Ele conhece a nossa vida.
Jesus conhece profundamente a sua Igreja, e
não apenas superficialmente como nós conhecemos pessoas, coisas e lugares. (Apocalipse
2:2,9,13,19; 3:1,8,15).
Ele conhece onde está a Igreja e o que ela
está enfrentando, e isso em todo tempo e em todos os lugares deste conturbado
planeta Terra.
Jesus conhecia profundamente as sete Igrejas
da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. E
ele fez um diagnóstico de cada uma dessas Igrejas.
-para 4 dessas Igrejas ele faz elogios e
censuras: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes.
-para 2 dessas Igrejas ele só faz elogios:
para a mais perseguida (Esmirna) e a mais pobre (Filadélfia).
-para 1 dessas Igrejas ele só faz censura: Laodicéia
– a mais rica, a menos perseguida e a mais influente.
A Igreja de Éfeso
Para esta Igreja, Jesus fez elogio e censura
(Apocalipse2:2-4).
2. Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e
que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o
não são e tu os achaste mentirosos;
3. E sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e
não te cansaste.
4. Tenho, porém, uma coisa contra ti, é que abandonaste o
primeiro amor.
- Jesus fez elogio. Para ser
crente em Éfeso era preciso muita coragem. Lá ficava um dos maiores centros do
culto ao imperador.
Muitos crentes estavam sendo perseguidos e
até mortos por não se dobrarem diante do césar. Outros estavam sendo
perseguidos por não adorarem a grande Diana dos efésios. Outros estavam sendo
seduzidos a cair nos falsos ensinos dos falsos apóstolos. Mas os crentes
estavam prontos a enfrentar todas as provas por causa do nome de Jesus (Apocalipse
2:2,3).
- Jesus fez censura. Jesus se
dirigiu para Éfeso e fez uma censura. Ele diz assim:
“tenho uma coisa contra ti, é que tu abandonaste o teu primeiro
amor” (Apocalipse2:4).
A Igreja em Éfeso era uma referência em toda
aquela região da Ásia. Destacava-se por seu testemunho, esforço e extenuante trabalho
pela expansão do reino de Deus. Mas, apesar de todas as suas inegáveis virtudes
e qualidades, havia um grave problema com a Igreja em Éfeso: estava
desconectada da prática da piedade e do exercício do amor.
Jesus disse: “você
abandonou o seu primeiro amor”. Esquecer o primeiro amor não é acidente
teológico, é queda espiritual.
Sabe o que significa a perda do
primeiro amor?
- alguns
acham que a perda do “primeiro amor” por parte da Igreja de Éfeso era uma questão
de baixa produtividade ou uma preguiça ou má vontade no trabalho pra Deus.
Mas de acordo com o que Jesus falou na carta à
Igreja de Éfeso, não se trata apenas de “relaxar” no trabalho pra Deus, pois o Senhor
lhes disse:
“conheço as tuas obras, tanto o teu trabalho como a tua
perseverança” (Apocalipse2:2a).
A Igreja de Éfeso se destacava por suas muitas
obras, seu trabalho árduo e sua perseverante paciência. Não tolerava homens
maus em seu ministério ou diretoria. Éfeso era uma igreja que tinha a
capacidade de discernir falsos apóstolos e lidar com eles de modo apropriado.
- também não
se trata de desânimo ou desistência, uma vez que o Senhor Jesus elogia a
persistência desses cristãos de Éfeso:
“e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu
nome, e não te deixaste esmorecer” (Apocalipse2:3).
O que, então, caracteriza a perda
do primeiro amor?
O que mais denota ou caracteriza a perda deste
“primeiro amor” é:
A) o esfriamento da chama da
afeição.
- o entusiasmo ardente dos primeiros dias
havia desaparecido. Ao olharem para trás, seus membros iriam ver dias animados
nos quais seu amor como noiva de Cristo fluía de modo caloroso, pleno e
desimpedido.
Os crentes de Éfeso, continuavam firmes na
doutrina e ativos no serviço, mas o verdadeiro motivo de toda a adoração
e serviço já não estava presente.
Esta advertência nos ensina que conhecer a
doutrina correta, obedecer a alguns dos mandamentos e ir aos cultos na Igreja
não basta.
Quando nosso conhecimento teológico não nos
leva para mais perto de Deus é sinal de que o 1° amor já esfriou.
Conhecemos muito a respeito de Deus, mas não
sentimos falta dele e nem desejamos ter comunhão com ele.
B) quando o 1° amor esfria fica
fácil analisar e condenar os outros enquanto nos falta coragem para examinarmos
a nós mesmos.
-a Igreja de Éfeso examinava os outros, mas
não era capaz de examinar a si mesma.
-era capaz de identificar os falsos ensinos e
os falsos apóstolos, mas não identificava que a frieza do seu amor tinha virado
indiferença.
-identificava a heresia nos outros, mas não
desconfiava que seu apetite espiritual tinha acabado;
-tinha zelo pela ortodoxia (tipo uma lista
onde tudo é pecado), mas largou de mão aquilo que é a marca registrada do
cristianismo: o amor.
Jesus adverte: “lembra-te, pois, de
onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras...” (Apocalipse
2:5).
- a igreja da última hora está diante de uma
emergência: voltar ao primeiro amor.
-precisamos de um reavivamento que nos traga
de volta o frescor da vida abundante em Cristo Jesus.
- é crucial chorar diante do altar clamando
pelo revestimento do poder do Espírito Santo.
-É urgente que Igreja fiel esteja pronta a
morrer para não negar a fé. É urgente que a Igreja aceite o martírio e rejeite
a apostasia.
-precisamos de uma Igreja santa que lute
contra o pecado, e não alugue o púlpito para políticos nem venda sua
primogenitura, como Esaú. Uma Igreja que fica de cofre vazio, mas, não aceita
profecia de encomenda como o corrupto Balaão.
-é urgente que a Igreja ame a palavra mais do
que o lucro, onde a pregação combine com o modo de vida na prática.
-precisamos de uma Igreja que chore pelos seus
pecados e pelas almas que perecem, e não pelas dificuldades do dia-a-dia.
-precisamos de uma Igreja que tenha visão missionária
e compaixão pelos que sofrem.
-precisamos urgentemente de fervor espiritual,
onde o show gospel e comercial ceda
lugar ao louvor e aos cânticos espirituais, que Deus tenha prazer de ouvir e
receber.
Amados do Senhor, que Deus, perfeito e
soberano, nos desperte, levante os caídos, fortaleça os fracos, traga de volta
quem se desviou do caminho, e faça soprar o seu Espírito Santo sobre todos nós.
Peça, agora: Senhor, aviva a minha vida,
endireitando os meus caminhos tortuosos; aviva a tua igreja, abrindo nossos
olhos espirituais, fazendo a tua vontade, renovando os propósitos e
compromissos de fidelidade a ti, em nome de Jesus.
Amém? Glórias a Deus.