A palavra igreja é muito preciosa para mim, por representar a nova e definitiva família que ganhei quando nasci de novo como filho de Deus aos 11 de Setembro de 1969, no Rio Grande do Sul. Experimentei a igreja cedo, a partir do oitavo dia de nascido. Meus pais e avós já haviam encontrado, na igreja, o amor e a esperança que nenhum outro lugar do mundo tem para oferecer. Igreja é lugar de consolo, respostas, esperança, encorajamento e aquela fé inabalável no Deus que é o nosso refúgio e fortaleza.
Ao longo
do tempo fui conhecendo muitas faces da igreja que coexistem dentro da Igreja. Conheci
a igreja perseguida, a igreja triunfante, a igreja tradicional, a igreja
avivada, a igreja ensimesmada, a igreja piedosa e até a igreja secularizada. Tenho
convivido com suas dores e alegrias. Descobri que tanto faz qual a seja a etnia
ou nacionalidade, pois quando a gente experimenta Jesus Cristo como Senhor e
Salvador, começa a pertencer à mesma supercultura de 1ª Pedro 2.9:
“Mas vocês são a geração eleita,
os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que
pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus,
que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz”. (NTLH).
A
família de Deus é fantástica pela diversidade e, universal, por ser
essencialmente inclusiva! Quem pertence ao corpo de Cristo é seu legítimo
representante neste mundo (2ªCorintios 5:20-21). Nestes últimos tempos registramos
fatos inimagináveis. A pandemia da Covid-19 causou uma grave crise de saúde com
implicações sociais, econômicas e políticas nunca vista, em dimensões
planetárias.
A
situação nos pressiona a reavaliarmos quem é a igreja, a reunião dos “chamados
para fora” (eklesia). Desde sua
origem a igreja nunca foi estática, nem prédio, nem CNPJ, nem ONG, nem empresa e
nem patrimônio familiar. A Igreja é um ente espiritual, organismo vivo, corpo
místico de Cristo, dotado de uma dinâmica gerada e controlada pelo Espírito
Santo no qual se move em todas as direções enquanto comunidade da fé. Por isso,
a verdadeira igreja de Cristo sempre existirá em qualquer ambiente, seja ele
hostil ou amistoso. Como os grandes rios rasgam planícies e montanhas, a Igreja
sempre vai achar – na essência da Palavra
sagrada e na criatividade da unção do Espírito – formas novas e ousadas de
avançar rumo ao propósito divino.
Os mais afoitos se exasperaram imaginando que os necessários protocolos de biossegurança e distanciamento social seriam barreiras intransponíveis para a marcha da Igreja. Chegaram a “profetizar” o caos. Enganaram-se, outra vez. A crise tem sido motivacional e pedagógica, fazendo-nos correr em busca de treinamento especializado para o uso das múltiplas alternativas de mídias sociais. São milhões de grupos, lives, posts, cultos e vigílias virtuais! O necessário recolhimento, incluindo o home office, a ansiedade e o medo do imponderável resgataram a leitura bíblica e a oração. Existe um processo rumo à unidade! Descobrimos que a dificuldade de reunião não impede a união!
Impossível ao portões do Inferno resistirem à avalanche evangelística de uma igreja unida e que ora com atitude missional.
Até breve!