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NÃO DESANIME: A graça de recomeçar é um presente de Deus

                     Nem sempre é fácil recomeçar. 

Depois de uma queda, leva-se algum tempo para levantar. 0s ferimentos e hematomas exigem cuidado e o necessário repouso. Só então chega o tempo de começar outra vez.

Você já reparou que, ao longo da vida, sempre estamos recomeçando alguma coisa?

Ao deixarmos um emprego é necessário buscar outro. Ao final das férias temos que retomar a rotina. Quando a vida espiritual é descuidada, é urgente retomar a caminhada. Se mudar de bairro ou de cidade, surge o desafio de adaptar-se à nova realidade. E lá vamos nós, recomeçando. Gosto de pensar que a graça de recomeçar é um belo presente que o Senhor Jesus nos oferece. Através da sua misericórdia Ele vem ao nosso encontro e renova nossas forças na caminhada.

 Existe um registro no Evangelho de Lucas, capítulo 24, que conta a partir do versículo 13, a experiência de dois discípulos, que voltavam pra casa na Vila de Emaús. Decepcionados com a morte e o sepultamento de Jesus, os dois colegas de caminhada eram a imagem do fracasso. Afinal, acreditaram no Filho de Deus, criador do mundo e que, naquele momento, estava morto e enterrado. Mas, preste atenção no detalhe:

Enquanto caminhavam, o próprio Jesus, ressuscitado naquela madrugada de domingo, aproximou-se deles como parceiro de caminhada.

Diante da decepção que determinada situação provoca, a gente fica com a cabeça baixa,  e o coração apertado. Olhamos pra todo lado, mas não vemos chance de melhora. Existem momentos em que a derrota dá um gelo na esperança. O desânimo chega e apaga a luz. E a gente acaba por ficar preso naquilo que não deu certo.

Aqueles dois discípulos só reconheceram o Senhor quando partiu o pão com eles.

Sempre existe aquele momento em que a ficha cai.

No caso deles, foi no gesto da partilha que os olhos deles se abriram, e a dor terrível da decepção que carregavam no peito, de repente se tornou alegria revigorante.

Sabe como terminou essa história triste? Os dois discípulos voltaram para Jerusalém onde estava o restante do grupo e recomeçaram a caminhada de seguir o Mestre.

Por isso, eu garanto, você não está só. Porque na dor causada pelas derrotas e frustrações da nossa vida, o Senhor Jesus Cristo também caminha com a gente.

Já que não estou sozinho, também não vou me deixar abater, mesmo sabendo que o desânimo aparece de repente, como intruso em nossa alma. Sou humano, sujeito ao fracasso e à tristeza. Mas, justamente porque sou humano, devo confiar em Jesus Cristo – que é Deus – e é ele que nos dá a graça para recomeçar  sempre.

Confie na graça

Na vida, eu não caminho sozinho, pois o Senhor vai comigo. Em meio às quedas, ferimentos e dores, Jesus nos estende Sua mão misericordiosa, derrama o bálsamo do amor, revigora nossa alma já desmaiada pelo desânimo e ilumina nosso caminho com a esperança de que um novo tempo é possível.

Respeito sua dor, seus motivos. Mas, preciso lhe dizer, em nome de Jesus:

Não se entregue ao desânimo. Se você caiu, se machucou, Jesus Cristo levanta você e refaz as suas forças.

Sempre é possível recomeçar. Mesmo que seja necessário um tempo para recuperação, cultive a certeza de que você não está sozinho.

 A graça, o amor e a misericórdia de Cristo estão com você.

 

Batalha Espiritual: Não Existe Neutralidade

 

Será por ignorância, frieza, indiferença ou total desconhecimento?

Independente da causa ou motivo, o fato é que todas as pessoas que vivem neste planeta Terra – todas e cada uma – encontram-se envolvidas na maior e mais ferrenha e perigosa batalha já travada no Universo.

 

Efésios 6:12

pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.

Existe uma única diferença entre uma pessoa e outra: de que lado você e eu escolhemos lutar!

 

Marcos 9.40 - pois quem não é contra nós está a nosso favor. [ Palavras de Jesus]



Tanto faz  quem seja a pessoa, cada uma está envolvida e  cumprindo a parte que lhe cabe nesse conflito de natureza espiritual que começou há milênios atrás, nas regiões celestiais, deflagrado  quando um poderoso anjo tomou a decisão de se rebelar contra o seu Criador e seguir o seu próprio caminho.

 

Essa atitude louca teve inúmeros desdobramentos e consequências.

O anjo rebelde e golpista foi desconectado da única fonte existente de paz; da única fonte existente de felicidade; da única fonte existente de vida.

 

Ao longo desse processo, o anjo conhecido por vários nomes, esse inimigo de todos nós, Satanás, foi seguido por um terço dos anjos que se associaram a ele formando a primeira e maior organização criminosa de que se tem notícia no Universo.

 

Lucas 10:18

Então Jesus lhes disse: Vi Satanás caindo do céu como um relâmpago!

 

Assim nasceram as forças espirituais  da maldade que combatem, dia-e-noite, para influenciar, envolver e comprometer cada um de nós, procurando de todas as formas, descaracterizar a imagem de Deus em nós, travando uma batalha permanente pelo destino final de toda a alma humana: vida eterna ou morte eterna, céu ou inferno.

 

Apocalipse 12:1 a 9:

 

[ Apareceu no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça.

2 Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz.

3 Então apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, tendo sobre as cabeças sete coroas.

4 Sua cauda arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para dar à luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse.

5 Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono.

6 A mulher fugiu para o deserto, para um lugar que lhe havia sido preparado por Deus, para que ali a sustentassem durante mil duzentos e sessenta dias.

7 Houve então uma guerra no céu. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram.

8 Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar no céu.

9 O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançado à terra.

Modos de falar com Deus

 Cada pessoa passa por seus  perrengues, momentos únicos na vida, e cada uma reage do seu jeito. 

Nessas horas, o mais  importante é descobrir como reagir através da oração, como experimentar um encontro com Deus, um encontro único,  exclusivo e personalizado. 

O Senhor Deus não é uma ideia nem uma energia impessoal, como a luz do sol ou a brisa da noite. Deus é uma pessoa viva e real, com quem podemos e devemos dialogar. 

É preciso descobrir  que Deus quer ser nosso melhor amigo, aquele para quem reservamos a melhor acolhida.

Nossos hóspedes sempre devem ser recebidos bem.  Devemos acolher a Deus e ter consciência de que Ele tem um enorme desejo: amar-nos e fazer a vontade dele em nós. 

Por isso,  reserve uma hora para uma conversa informal e íntima com ele. 

E fale elogios (louvores), agradecimentos, demonstre humildade e respeito,  chore e lamente cada situação que está atravessando,  peça perdão tim-tim por tim-tim,  confesse suas mancadas de todos os tamanhos,  fique em silêncio e, por fim,  declare sua confiança nele e suplique força e graça para aguardar a resposta e as soluções que a soberana vontade de Deus houver por bem liberar. 

É DEUS QUEM ME LEVARÁ DE VOLTA PRA CASA

 

 


Salmo 108:10 – Quem me levará até a cidade forte? Quem me guiará até Edom?

Isaías 46:4 – Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os sustentarei e eu os salvarei.

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Mais um ano está começando. 

Logo em Março, se Deus permitir, vou completar 70 anos de idade!

Por esse motivo, nos dois versículos em referência, aponto para duas promessas às quais me abraço para  compartilhar com meus irmãos de todas as idades, porque a vida passa para todos, se exceção.

Eu já cheguei aos cabelos brancos. Por isso, parte das promessas que abracei já têm se cumprido. Apreciando a paisagem e desfrutando a comunhão dos santos estou caminhando para cidade-fortaleza, um braço invisível me sustenta enquanto me guia.

Enquanto envelheço observo que o Eterno continua sendo o Eu Sou, e, apesar do tempo passando veloz, Ele permanece o mesmo. Meus cabelos brancos, minhas mãos trêmulas, meus passos incertos, minha pele desenhada pelo tempo-artesão, atestam o meu gradativo definhamento. Ao contrário de mim, Deus nunca definha. Isso consolida a esperança!

Quando minhas pernas já não puderem me levar, por não suportarem carregar a mim mesmo, o Senhor me susterá até chegar à cidade-forte. Quem me guiou os passos durante os anos de ouro, também me conduzirá até que chegue ao meu último pôr-do-sol.

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Elias Vieira – 30/Dezembro/2022


O sofrimento é marca de autenticidade do Evangelho de Cristo


 

1. A comunhão com Deus através da devoção diária; ou,

2. A frustração de um evangelho alimentado em promessas nem sempre factíveis porque não foram emitidas por Deus?

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* O justo passa por muitas adversidades, mas o Senhor o livra de todas; -       Salmo 34:19

* Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação.   2 Coríntios 1:5

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Em tempos de 

DEUS tem um tempo novo só pra você!

 Isaías 6.1-8

Deus tem um tempo exclusivo para cada ser humano, e isto me inclui.

Quando a gente olha pra o nosso hoje, vendo as dificuldades de cada dia, parece que a fase difícil não vai acabar. Porém, assim como os grandes temporais, tudo passa. Nosso tempo é passageiro e finito. Enquanto para Deus o tempo não conta.
Diz a tradição judaica que o profeta Isaías era primo do rei Uzias, também conhecido como Azarias (II Reis 14.21 e 15.1). Ungido rei aos 16 anos de idade (II Reis 14.21), ficou arrogante a ponto de queimar incenso, função exclusiva de sacerdote (II Crônicas 26.16-21). Em consequência ficou leproso, morreu e a nação entrou em decadência moral, espiritual e econômica. 

Por isso, o ano da morte do rei Uzias foi um tempo de crises. Para Isaías, a crise virou oportunidade de reavivamento. Existem situações que são anzóis que Deus usa para nos pescar / chamar para perto dele. Sem rumo, Isaías foi parar no templo, viu o esplendor da glória de Deus, teve sua vida transformada e foi escalado para sua missão de vida.

Como entender o tempo de Deus?

Prefira não esperar ficar sem chão para procurar a Deus. Mas, se você já está dentro do furacão, observe o passo-a-passo de Isaías:

1. Tempo de aceitar que só Deus resolve e ir ao seu encontro, sem exigências. Isaías 6:1-4

Diante da situação caótica, Isaías sai em busca da presença do Senhor. O templo era sua referência, embora isso possa ser feito em qualquer lugar. (I Coríntios 3.16). Sentindo estar na presença de Deus, Isaías tomou a única posição adequada: adorar o Soberano Eterno (v.2,3). Porque Louvor e adoração levam à libertação. (João 4.24).                                                                                                                                                                                Gosto de dizer que de todo encontro com Deus resulta uma transformação.

Estamos no tempo de ver a glória de Deus! 


2- Tempo de Transformação: v.5-7, tempo de arrependimento

Chegou a hora de  discernir, de compreender o caráter da santidade de Deus. É diante dessa realidade que o profeta Isaías se descobre pecador e se arrepende, declarando essa natureza perversa ao Senhor, perversão da qual nós não podemos nos livrar sozinhos. É disso que se trata quando -- dentro da crise -- em vez de reconhecermos nossa natureza má e pecadora, preferimos procurar culpados e transferir responsabilidades. Vale destacar que sem arrependimento não existe livramento.

O fogo purificador traz consigo o perdão : v.6

Bastou Isaías confessar seus pecados para que um anjo de alta hierarquia, um serafim, pegasse uma brasa do altar para "queimar"/purificar os lábios dele. Fica claro que esse procedimento simboliza o poder do Espírito Santo liberado para capacitar o pecador perdoado para o cumprimento da missão atribuída por Deus.


Os tempos de provações são oportunidades para mudanças essenciais em nossa vida, caráter, atitudes e comportamento. Porque, antes de Deus mudar as coisas ao nosso redor, primeiro quer mudar o nosso interior. Não evite experenciar esse tempo profético de mudanças nos seus alicerces.

Aceite o tempo de Deus para sua vida!

 

Anvisa autoriza cultivo de cannabis para pesquisa na UFRN

16 de dezembro de 2022
Williane Silva de Reitoria
Foto: Wallacy Medeiros

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) é a primeira instituição do país a conquistar a liberação para cultivo controlado e processamento da planta cannabis para fins de pesquisa científica. 

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A autorização foi aprovada, por unanimidade, dia 14 de dezembro, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Instituto do Cérebro (ICe-UFRN) conduzirá os projetos de pesquisa para avaliação da eficácia e da segurança de combinações da substância.

Apesar dos avanços nas pesquisas conduzidas em todo o mundo, no Brasil ainda não havia instituições de ensino e pesquisa que pudessem realizar o cultivo de cannabis para geração de dados científicos.      O reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, considera que a aprovação constitui um progresso relevante na história da produção de conhecimento científico do país sobre o tema. “Representa um passo importante para o avanço das pesquisas desenvolvidas na UFRN e um marco histórico para a ciência brasileira”, avalia o docente.

Do ponto de vista prático, a Anvisa autorizou que a UFRN possa importar, armazenar e germinar sementes da planta cannabis, bem como cultivá-la, por meio de sistema controlado, na modalidade indoor (ambiente fechado). A deliberação da Agência levou em consideração o estabelecimento de requisitos de segurança e controle adequados para a realização das atividades que envolvam o cultivo controlado pela UFRN. Para tanto, além de realizar a comprovação documental, a Universidade recebeu visita às instalações do Instituto do Cérebro (ICe-UFRN), para verificar as condições de infraestrutura e a capacidade técnico-científica.

O Instituto do Cérebro (ICe-UFRN) conduzirá projetos de pesquisa pré-clínica para avaliação da eficácia e segurança de combinações de fitocanabinóides, no manejo de sinais e sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. “Já conheço o trabalho da UFRN, acompanho a vida acadêmica e sei da força da Universidade no Nordeste e em todo país. A expectativa era muito boa, mas hoje foi muito importante conhecer o trabalho feito aqui porque a Anvisa dialoga, constantemente, com as universidades e os institutos de pesquisa, visto que nosso trabalho é forjado na ciência”, disse o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, na ocasião da visita, em outubro deste ano.

Já como relator da matéria para avaliar a liberação na Anvisa, Alex Campos, destacou que “trataremos aqui de ciência, mais especificamente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Não estamos falando de importação de conhecimento, mas sim de sua geração, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento nacionais”.

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Ciência

As plantas de cannabis produzem, como metabólitos secundários, um conjunto de compostos conhecidos como fitocanabinoides. Essas moléculas possuem afinidade farmacológica por muitos receptores biológicos, modulando a bioquímica e a excitabilidade de diversos tipos celulares, especialmente no sistema nervoso. 

O professor do ICe-UFRN, Claudio Queiroz, explicou que os estudos clínicos já demonstraram segurança e eficácia de um desses fitocanabinoides, o canabidiol (CBD), no controle de crises refratárias. 

Entretanto, os mecanismos neurofisiológicos responsáveis pelos efeitos terapêuticos do CBD são ainda desconhecidos. “Além disso, pouco se sabe sobre o efeito dos fitocanabinoides sobre outros tipos de epilepsias, bem como o potencial de outros fitocanabinoides, como o CBN e o CBG,  que não possuem propriedades psicoativas, sobre a excitabilidade neuronal e a frequência de crises”, esclareceu.

Diante desse cenário, o docente considera que para responder a essas perguntas é necessário o cultivo da planta, para ter acesso aos compostos nas concentrações e proporções controladas para as investigações. Ainda segundo Queiroz, a autorização da Anvisa trará grandes contribuições por possibilitar a ampliação de conhecimento sobre a produção, pela planta, de fitocanabinoides, bem como por permitir a realização de pesquisa básica e testes sobre os efeitos desses fitocanabinoides, quando administrados isoladamente ou combinados, em modelos animais de epilepsia, autismo, zumbido, estados afetivos e funções cognitivas, avaliando sua segurança e eficácia.

 

Doença de Parkinson: tratamento do congelamento da marcha

 

Doença de Parkinson: tratamento do congelamento da marcha vai além do uso de medicamentos, sugere estudo

Pesquisa da Escola de Educação Física e Esporte avaliou pacientes que faziam uso da levodopa, medicamento indicado para tratamento da doença e sintomas associados

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O estudo verificou que o levodopa, medicamento usado para tratamento da doença de Parkinson, não atenuou diferenças motoras entre pessoas com e sem congelamento da marcha, um sintoma da doença caracterizado pela incapacidade momentânea de andar – Foto: Reprodução/EEFE

 

Pesquisa realizada na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP indica que o uso apenas de medicamentos não é suficiente para reduzir um dos sintomas mais incapacitantes da doença de Parkinson: o congelamento da marcha. 

O estudo, de autoria da pesquisadora Julia Ávila de Oliveira, verificou que o levodopa, medicamento utilizado para tratamento da doença e sintomas associados, não atenuou diferenças motoras entre pessoas com e sem congelamento. O estudo foi orientado pelo professor Luís Augusto Teixeira, do Laboratório de Sistemas Motores Humanos da EEFE.

O Parkinson é uma doença neurológica que afeta funções motoras. Um dos sintomas é o congelamento da marcha, caracterizado pela incapacidade momentânea de andar, como se a pessoa estivesse com os pés presos ao chão, não conseguindo propulsionar o seu corpo na direção para a qual deseja se movimentar. A levodopa age no aumento da quantidade de dopamina no corpo, um tipo de neurotransmissor responsável pela comunicação entre os neurônios, e controle dos movimentos do corpo e coordenação motora.

                Luís Augusto Teixeira –
                 Foto: Currículo Lattes

O professor Teixeira explica que outros estudos realizados na própria EEFE já vinham demonstrando que protocolos de exercícios contendo outras atividades motoras, como caminhada com ultrapassagem de obstáculos, giros, mudanças de direção, passagem por locais com limitações de espaço (batente de porta, por exemplo), podem ser mais eficazes no tratamento de pacientes que apresentam congelamento da marcha.

O objetivo da pesquisa foi verificar o quanto a medicação levodopa poderia afetar nos diferentes parâmetros do andar de pessoas com a doença de Parkinson. Foram selecionados 22 pacientes, divididos em dois grupos: um apresentava o congelamento e o outro não, sendo que todos os pacientes faziam uso do remédio de forma contínua. A pesquisadora explica que a levodopa induz a um efeito agudo de melhora motora. Esse efeito é dependente da concentração da substância no organismo e dura algumas horas. Por isso, os pacientes precisam tomar mais de uma dose da medicação por dia.

A marcha dos pacientes foi avaliada por meio de um equipamento denominado Zebris, uma esteira capaz de medir a pressão exercida sobre ela. O Sistema Zebris calcula automaticamente os parâmetros da marcha a partir da pressão exercida pelos pés durante uma breve caminhada. Dessa forma, são obtidas informações como velocidade da marcha, cadência (quantidade de passos por minuto), comprimento médio, largura e tempo de duração do passo, e comprimento e tempo de duração da passada.

Os voluntários realizaram esse teste em duas situações: sob efeito da medicação, cerca de uma hora após a ingestão, e sem o efeito da medicação, cerca de 12 horas após a última dose. 

Em cada teste, eles realizaram dez tentativas em uma velocidade confortável determinada pelos próprios pacientes. Foram também aplicados questionários para a avaliação do estágio da doença, da severidade dos sintomas motores, do equilíbrio e das funções cognitivas, além do levantamento de informações sobre dosagem utilizada da medicação e há quanto tempo receberam o diagnóstico da doença.

Em ambos os estados, medicado e não medicado, o grupo com o congelamento da marcha apresentou menor comprimento do passo, da passada e menor velocidade da marcha, comparado ao grupo sem o sintoma. Isso indicou um maior comprometimento no primeiro grupo, independentemente se tomou ou não a medicação. Essa diferença entre os dois grupos não foi atenuada com o uso do medicamento, pois no estado medicado ambos apresentaram uma melhora equivalente sobre os sintomas.

                Júlia Ávila de Oliveira – 
                Foto: Currículo Lattes

Segundo Júlia Ávila, é possível concluir, a partir dos resultados do estudo, “que apenas a medicação não é capaz de atenuar as diferenças motoras do padrão da marcha de pessoas com e sem congelamento, sendo necessárias outras intervenções não-farmacológicas para esse fim”. 

Além disso, “as diferenças clínicas entre os pacientes com e sem congelamento da marcha não interferem na análise do efeito da medicação”. 

Com isso, a pesquisa amplia as possibilidades de intervenções para que ocorra a melhora da condição.

A fim de saber mais sobre essas possibilidades, ideias de continuação da pesquisa já foram colocadas para discussão, o que implica desde novos modelos de análise estatística, comparação entre tarefas motoras diferentes e treinamentos físicos que podem servir como intervenção para a melhora da marcha.

O trabalho, realizado em parceria com a Universidade Federal do ABC, integrou a dissertação de mestrado Efeito da medicação antiparkinsoniana nos parâmetros espaço-temporais da marcha de indivíduos com doença de Parkinson: comparação entre indivíduos com e sem congelamento da marcha, apresentada em fevereiro de 2022.

                                                        Texto: serviço de comunicação da EEFE                                                                       Mais informações: e-mail comunicaeefe@usp.br, na EEFE