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O SABOR DA VOLTA À NORMALIDADE: PÓS-COVID19


SALMO  126   
O SABOR DA VOLTA À NORMALIDADE
 Prof. Elias Vieira

1 Quando o Senhor trouxe os cativos de volta a Sião, foi como um sonho.
2 Então a nossa boca encheu-se de riso, e a nossa língua de cantos de alegria.

Voltar para casa ao final de um agitado dia de trabalho – quando as coisas em família vão bem – já é, por si só, uma experiência muito agradável e restauradora. O banho refrescante, a roupa mais solta, o abraço carinhoso, são alguns fatores motivacionais com que sonhamos ao longo do expediente. O isolamento social ao qual a pandemia do novo coronavírus nos impôs prova muito bem o quanto esse clima de acolhimento nos faz falta. Precisamos batalhar para que o distanciamento físico, a que estamos forçados momentaneamente, não fira de morte o sentimento de alegria e gratidão que deve nos completar na volta pra casa.

Nem é preciso argumentar a sensação de alívio sentida quando retornamos de uma longa viagem. E se essa viagem for internacional, a vibração incontida quando o avião pousa em nosso território. Emoção em dobro, com certeza!

O povo hebreu vivenciou amargas experiências de exílio, isolamento e grandes distanciamentos sociais, em consequência de escolhas contrárias ao planejado por Deus.

Nosso Salmo 126 tem este pano de fundo: uma etapa dolorosa de décadas de isolamento estava chegando ao fim. Milhares de famílias estavam de volta ao lar e à liberdade. O sentimento não era apenas euforia. Era um misto de alegria com enorme gratidão.

3 Até nas outras nações se dizia: "O Senhor fez coisas grandiosas por este povo".
4 Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres.
Senhor, restaura-nos, assim como enches o leito dos ribeiros no deserto.

A quebra dos relacionamentos traz consequências, às vezes, devastadoras. Ficamos encapsulados, prisioneiros de mágoas, ressentimentos e dissabores. Nos fechamos para o amor, para a alegria, para o diálogo, para a risada, para a informalidade e até para a esperança.
Então, chega o momento em que Deus interfere na situação e na história. Rasga os protocolos, faz chover sobre o nosso deserto e reanima a nossa alma, restaurando tudo ao redor. Inclusive, o poder do louvor que, para mim em particular, é algo revolucionário!

5 Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão.
6 Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes.

O salmo 23.4 menciona uma região denominada Vale da Sombra da Morte. Imagino populações inteiras sendo deportadas, forçadas pelas pandemias espirituais a entrarem nessas prisões cruéis, onde o primeiro ato do torturador é desligar a música, travar os nossos lábios, impedir as nossas declarações de amor e gratidão a Deus pelos seus grandiosos feitos.

Quando o ciclo do exílio se completa, percorremos o Vale em sentido contrário, deixando para trás as sombras nebulosas da morte, reabrimos os lábios travados de onde brotam cascatas musicais, hinos de adoração. De volta aos tempos da semeadura farta, da alegria em profusão e do testemunho público: Realmente, milagres indescritíveis fez o Senhor por nós. 
Ninguém segura nossa alegria!