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"CONVERSANDO" COM DAVI SOBRE A ORAÇÃO SEM MÁSCARA

Leio e releio o Salmo 143 há mais de meio século!

Foi numa madrugada durante a pandemia do coronavírus. Procurei contextualizar a situação em que foi escrito o Salmo 143. Revirando os arquivos da mente, logo me identifiquei com o estresse psicológico vivenciado pelo mais poderoso Rei de Israel. Preciso esclarecer que não estou minimizando o sofrimento de Davi e nem me alegrando com a dor dele.

O fato é que acho pra lá de interessante dar de cara com Davi e constatar que estou vivendo um drama muito parecido. Me ponho diante do espelho, com a barba por fazer, os cabelos desalinhados, o coração apertado, os olhos marejados, morrendo de medo de pecar contra Deus só por pensar igual a Davi. 

Só por pensar, não! Davi pensou, falou e escreveu o Salmo 143, desse jeito:

"Ó SENHOR Deus, ouve a minha oração! Escuta o meu pedido. Responde-me, pois és fiel e bom.

Não julgues a mim, este teu servo, pois ninguém é inocente diante de ti.

O meu inimigo me perseguiu e me derrotou completamente. 

Ele me pôs numa prisão escura, e eu sou como aqueles que morreram há muito tempo.

Por isso estou quase desistindo, e o desespero despedaça o meu coração.

Eu lembro do passado. Penso em tudo o que tens feito e não esqueço as tuas ações. A ti levanto as mãos em oração; como terra seca, eu tenho sede de ti.

Ó SENHOR Deus, responde-me depressa, pois já perdi todas as esperanças!

Não te escondas de mim para que eu não seja como aqueles que descem ao mundo dos mortos.

Peço que todas as manhãs tu me fales do teu amor, pois em ti eu tenho posto a minha confiança.

As minhas orações sobem a ti; mostra-me o caminho que devo seguir.

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Estou cansado de saber que não chego perto do dedo mínimo de uma das mãos desse poeta, compositor e rei Davi. 

Mas, lendo este Salmo 143, continuo imaginando que – Davi e eu --   poderíamos congregar na mesma igreja, atravessar noites insones divagando com entusiasmo sobre a majestade das obras de Deus. E, de repente, ou eu ou ele, interrompemos o comentário para um desafio.

-- De boa, Davi, qual de nós dois tem a coragem de tirar a máscara para falar com Deus mostrando o coração rasgado, triturado pelo sentimento de humilhação e derrota que a realidade dos fatos nos impõe neste momento?

Impetuoso e com a ousadia de quem matou feras e acabou com o gigante Golias, nosso irmão Davi se levanta, me manda calar a boca, garantindo que é ele quem vai dirigir a oração sem máscara. 

E, começa a orar o Salmo 143, desse jeito:

 ¹ Ouve minha oração, Senhor; escuta minha súplica! Responde-me, pois és fiel e justo.         ² Não leves teu servo a julgamento, pois diante de ti ninguém é inocente. ³ Meu inimigo me perseguiu; derrubou-me no chão e obrigou-me a morar em trevas, como as do túmulo.           ⁴ Vou perdendo todo o ânimo; estou tomado de medo.                                                             ⁵ Lembro-me de tempos passados; reflito em todas as tuas obras e penso em tudo que fizeste.                                                                                                                                        ⁶ Levanto minhas mãos a ti em oração; anseio por ti, como a terra seca tem sede de chuva. ⁷ Vem depressa, Senhor, e responde-me, pois meu ânimo se esvai. Não te afastes de mim, ou morrerei. ⁸ Faze-me ouvir do teu amor a cada manhã, pois confio em ti. Mostra-me por onde devo andar, pois me entrego a ti.                                                                                                ⁹ Livra-me de meus inimigos, Senhor, pois me refugio em ti. ¹⁰ Ensina-me a fazer tua vontade, pois tu és meu Deus. Que o teu Espírito bondoso me conduza adiante por um caminho reto e seguro. ¹¹ Pela honra do teu nome, Senhor, preserva minha vida. Por tua justiça, tira-me deste sofrimento. 

-- E eu apenas sussurro: AMÉM! 


Salmos 143:1-12